February 12, 2021

Dois livros para (re)descobrir

 


Por vezes os filmes levam-nos a ler os livros e por vezes os filmes dispensam-nos de ler os livros. O Grande Gatsby foi um livro que nunca li pela razão de ter visto o filme. O antigo, com Robert Redford e Mia Farrow. Hoje de manhã fui dar com um artigo sobre as más interpretações que se fazem do livro e resolvi ir ler o livro. É pequeno, lê-se bem numa hora. Para quem queira lê-lo:

No original: http://gutenberg.net.au/ebooks02/0200041h.html

Em tradução de português do brasil:  

https://esadmacommunication.files.wordpress.com/2017/02/f-scott-fitzgerald-o-grande-gatsby.pdf

À semelhança dos grandes livros é como um bolo às camadas ou um bolo com um sabor e consistência surpreendentes por baixo da cobertura e um recheio ainda melhor: é sobre os EUA enquanto 'A América' do sonho americano; é sobre a sociedade de classes em geral; a supremacia branca; o ser humano no seu melhor e no seu pior; a hipocrisia social e o machismo, embora este último seja involuntário, 'natural' no olhar do narrador de um livro de 1925. E como acontece nos bons livros, há muita sabedoria sobre o humano escondida nas entrelinhas.

------------------------------------------------------------------

Outro livro que pode ser lido numa tarde é desta pensadora analítica, L. Susan Stebbing, uma professora de Filosofia de uma universidade inglesa dos anos 30 do século passado, fundadora da revista, Analysis e a primeira mulher a ocupar uma cadeira de filosofia no Reino Unido. O livro mais conhecido dela é, Thinking to Some Purpose. Publicado em 1939, à beira da Segunda Guerra. Na contracapa podemos ler:

"There is an urgent need to-day," writes Professor Stebbing, "for the citizens of a democracy to think well. It is not enough to have freedom of the Press and parliamentary institutions. Our difficulties are due partly to our own stupidity, partly to the exploitation of that stupidity, and partly to our own prejudices and personal desires."
Também está online e pode ser descarregado: 
https://ia801608.us.archive.org/12/items/in.ernet.dli.2015.536606/2015.536606.Thinking-To.pdf

A descrição da contracapa parece-me adequada para todos os tempos, mas de repente, muito particularmente, para estes tempos. Começa assim: 
There is a belief prevalent among foreigners that we English are illogical. This belief is not confined to foreigners. Our own statesmen, especially since the Great War, have been proud to proclaim that ‘ we shall muddle through,’ being apparently just as anxious that we should muddle as they are confident that we shall somehow come through.
(Doesn't ring a Brexit bell?)

O livro tem considerações sobre as razões de se pensar mal e princípios de bem pensar e evitar os maiores erros de juízo. Este vou lê-lo hoje.

2 comments:

  1. Ó pá, leste o Great Gatsby numa hora?! Eu estudei-o na Faculdade e deu-me pano para mangas...

    ReplyDelete
  2. é diferente ler um livro aos 20 anos ou umas décadas e uns milhares de livros e experiências depois...

    ReplyDelete