Cristina Azevedo
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A grande diferença deste envelope em relação aos que costumamos receber é que desta vez o dinheiro é (quase) todo dado.
A outra grande diferença é que estes cerca de 16 mil milhões de euros vêm para ajudar a resolver os grandes problemas que a covid criou. É, portanto, uma ajuda de emergência.
Dito isto, fica-me o seguinte da leitura que fiz do documento:
Não se percebe quem contribuiu para o seu desenvolvimento. Terá sido concebido apenas nos gabinetes do Terreiro do Paço?
Não se consegue avaliar com precisão a bondade das escolhas porque dos 75 investimentos anunciados só menos de uma mão cheia são objetivos. A maioria são descrições de ações tendentes a...
Não se descortina em todo o Plano qualquer grau de territorialização. É tudo igual para todos. Ora sabendo que a covid não atacou o país todo da mesma forma e sabendo que o tecido económico e social destruído não é o mesmo em todo o país, pergunto como se articulam as escolhas feitas com o perfil de cada região?
Este problema ressalta com meridiana clareza da ausência do tema turismo e cultura em todo o texto. Não há simplesmente um único programa ou investimento diretamente focado nos setores turístico e cultural. Ora, sabendo o que ambos significam para a Região Norte, por exemplo, e o impacto brutal que sofreram com a pandemia, está tudo dito sobre o alcance do Plano para a resolução da crise na nossa terra.
Tudo isto desemboca num modelo de gestão totalmente centralizado numa estrutura de missão a criar. Não se diz onde ficará localizada nem quem a gerirá, mas fica-me a ideia de que já se estão a arejar as salas de um qualquer edifício perto do Terreiro do Paço.
Será que a indignação que tudo isto merece se vai esvair no cansaço de 24 horas de seminários promovidos pelo Governo? Se assim for, será apenas uma vergonha!
A outra grande diferença é que estes cerca de 16 mil milhões de euros vêm para ajudar a resolver os grandes problemas que a covid criou. É, portanto, uma ajuda de emergência.
Dito isto, fica-me o seguinte da leitura que fiz do documento:
Não se percebe quem contribuiu para o seu desenvolvimento. Terá sido concebido apenas nos gabinetes do Terreiro do Paço?
Não se consegue avaliar com precisão a bondade das escolhas porque dos 75 investimentos anunciados só menos de uma mão cheia são objetivos. A maioria são descrições de ações tendentes a...
Não se descortina em todo o Plano qualquer grau de territorialização. É tudo igual para todos. Ora sabendo que a covid não atacou o país todo da mesma forma e sabendo que o tecido económico e social destruído não é o mesmo em todo o país, pergunto como se articulam as escolhas feitas com o perfil de cada região?
Este problema ressalta com meridiana clareza da ausência do tema turismo e cultura em todo o texto. Não há simplesmente um único programa ou investimento diretamente focado nos setores turístico e cultural. Ora, sabendo o que ambos significam para a Região Norte, por exemplo, e o impacto brutal que sofreram com a pandemia, está tudo dito sobre o alcance do Plano para a resolução da crise na nossa terra.
Tudo isto desemboca num modelo de gestão totalmente centralizado numa estrutura de missão a criar. Não se diz onde ficará localizada nem quem a gerirá, mas fica-me a ideia de que já se estão a arejar as salas de um qualquer edifício perto do Terreiro do Paço.
Será que a indignação que tudo isto merece se vai esvair no cansaço de 24 horas de seminários promovidos pelo Governo? Se assim for, será apenas uma vergonha!
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