January 15, 2021

Um pequeno, mas notável, texto da primeira-ministra escocesa

 


... a defender a independência da Escócia. Ao contrário das práticas políticas da actualidade onde os fins justificam os meios e se sacrifica o melhor pelo mesquinho (ver a UE apenas como uma caixa registradora: a Inglaterra sai por não querer imigrantes pobres; a Holanda falseia os dados dos abonos para fazer parecer que os imigrantes vivem de fraudes; a Alemanha olha para a UE como seu depósito de trabalhadores e juros; etc...), quero dizer, sacrifica-se a ideia de uma comunidade de direitos humanos e de liberdade, de respeito pelas leis e de cooperação, pela mera ideia do dinheiro, riqueza e poder, sem pensar no que se faz aos outros, a primeira-ministra escocesa lembra que a Inglaterra não é dona da Escócia, que estão numa união voluntária (o Reino Unido), que não tinha o direito moral de decidir por si e pela Escócia, sobre um destino que também pertence aos escoceses e que os escoceses, na sua maioria, continuam a querer apostar no projecto europeu, apesar de todas as suas dificuldades e obstáculos - mais até do que citar as vantagens para a Escócia em permanecer na UE, cita o bem comum e aquilo que a Escócia pode oferecer para esse projecto, que em seu entender tem valor e, tendo-o, não querem abdicar dele pelo mero egoísmo da Inglaterra.


Os países, como as pessoas, perdem-se muitos vezes por excesso de arrogância. Outro dia vi uma entrevista com dois actores muito famosos. Perguntavam-lhes qual é o maior perigo da fama. Um deles disse que a certa altura perdem a noção do ridículo e fazem  coisas ridículas e até ofensivas sem noção porque ninguém os contraria, todos os tratam como deuses; a outra disse que quando se tornou famosa ficou tão parva que um dia, o pai chamou-a à parte para falar com ela e disse-lhe, 'I just want to say that you have become an asshole.' 

Os países e os governantes são exactamente assim: perdem a noção das proporções, de si mesmos, do ridículo, dos valores comuns, do deveres éticos para com os outros e comportam-se como 'assholes'. A Inglaterra também tem essa arrogância de excesso de auto-importância.


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