O hiato entre a informação disponível e a percepção construída explica muito das nossas presunções. Aqueles que querem e se esforçam por evoluir, por expandir-se, procuram uma compreensão mais inteligente, ampla, profunda da realidade. Ora, isso implica uma consciência mais atenta, uma busca incessante de informação e uma capacidade consciente para transcender os nosso 'eus' anteriores, mais limitados, de modo a poder integrar novos conhecimentos e percepções. Perspectivas não ego-situadas. Não é fácil porque implica pequenas mortes internas que são todas aquelas determinações com que construímos a nossa experiência de vida e identidade. É por isso que tendemos a desprezar informações que contradizem as nossas convicções e a prestar atenção ao que as confirma (não vemos o gorila)
Isso deve-se em grande parte à nossa preguiça cognitiva - as nossas mentes simplesmente preferem explicações que exijam menos esforço para processar e consolidar factos conflituantes com as nossas crenças. Quanto mais desgastante for o processar, menos crédito lhes damos.
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