January 22, 2021

"Tente não se apegar demais a uma hipótese só porque ela é sua." Carl Sagan

 


O hiato entre a informação disponível e a percepção construída explica muito das nossas presunções. Aqueles que querem e se esforçam por evoluir, por expandir-se, procuram uma compreensão mais inteligente, ampla, profunda da realidade. Ora, isso implica uma consciência mais atenta, uma busca incessante de informação e uma capacidade consciente para transcender os nosso 'eus' anteriores, mais limitados, de modo a poder integrar novos conhecimentos e percepções. Perspectivas não ego-situadas. Não é fácil porque implica pequenas mortes internas que são todas aquelas determinações com que construímos a nossa experiência de vida e identidade. É por isso que tendemos a desprezar informações que contradizem as nossas convicções e a prestar atenção ao que as confirma (não vemos o gorila)

Isso deve-se em grande parte à nossa preguiça cognitiva - as nossas mentes simplesmente preferem explicações que exijam menos esforço para processar e consolidar factos conflituantes com as nossas crenças. Quanto mais desgastante for o processar, menos crédito lhes damos. 

Em experiências em que dois factos foram colocados lado a lado, os sujeitos tendiam a avaliar as afirmações como mais prováveis ​​de serem verdadeiras quando essas afirmações eram apresentadas em caracteres simples e legíveis do que quando impressas em uma fonte estranha com um padrão de cores difícil de ler. Da mesma forma, uma enxurrada de contra-argumentos ocupando uma página inteira parece ser menos persuasiva para um opositor do que uma declaração única, simples e poderosa.

Platão dizia que nas disputas o objectivo devia ser chegar à verdade e não vencer o oponente porque nunca se fica prejudicado em perder um argumento se se ganhar um novo conhecimento, um novo insight.

Para saber distinguir boas de más hipóteses é preciso ter um bom crivo. 





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