Por um lado pensamos, 'que pena faltar a cabeça, pois de certeza emprestava nobreza à figura', mas por outro lado, talvez seja por isso que se olha (eu pelo menos, olho) para esta escultura como quem ouve uma daquelas músicas que repetimos e repetimos porque de cada vez que ouvimos há algo que nos escapa, um momento de beleza demasiado efémero, que se mostra e esconde ao mesmo tempo.
Tudo nesta escultura está vivo e inspira como aqueles que se lançam determinados contra a vida que lhes bate de frente na cara, qual ventania misturada com as vagas. Porque ela tem asas para voar mas uma das pernas está em força a aguentar a tempestade, o pé ferrado ao chão. Tudo o resto é movimento e o corpo dela é lindo. Adoro os joelhos e o pano colado ao ventre.
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