Precisava alguém que carregasse a minha voz, aqueles sons que têm de sair pela boca ordenados e calmos em certas alturas em que temos a alma pregada à cruz e todos os sons são pedras carregadas no estômago. E precisava já para amanhã.
O governo tem tanta gente lá sem fazer a ponta de um corno, peço desculpa da expressão, que podia emprestar-me um. Eram só dois dias: amanhã e depois outra vez para a semana.
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~Escrevo como quem dorme, e toda a minha vida é um recibo por assinar.
~Dentro da capoeira de onde irá a matar, o galo canta hinos à liberdade porque lhe deram dois poleiros.
~Os Deuses são a encarnação do que nunca poderemos ser.
~O cansaço de todas as hipóteses...
~O cansaço de todas as hipóteses...
Bernardo Soares, o Livro do Desassossego
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