Estas são para a relação com os outros.
1. Ser de uma pessoa de confiança. Isto tanto é válido nas relações profissionais como nas pessoais. Estabelecer relações de confiança. Onde não há confiança não há relação possível a não ser de simulação e o resultado é a esterilidade onde nada cresce, nada evolui, tudo morre. O que chamamos ser de confiança é ser uma pessoa de palavra. Se diz que faz isto, faz isto. Cumpre. Mesmo que os outros não nos tratem da mesma maneira. Uma pessoa não muda os seus princípios para se adaptar a outros que não os têm. Isso seria dar o controlo de nós mesmos aos tais outros. Uma pessoa inspira-se nos melhores.
2. Falar sempre com intenção de verdade. E quando temos que mentir só o fazemos com boa intenção: por exemplo, às vezes escondemos (e esconder é ocultar a verdade) dos pais algumas características que observamos nos alunos, seus filhos, por respeito e delicadeza. É claro que todos mentimos de vez em quando e todos temos hipocrisias. Ninguém, a não ser Sócrates (o filósofo) e pouco mais vive à altura das suas palavras. Mas isso não anula o que disse. Falar com intenção de verdade porque se falamos para a mentira, para o engano, para a simulação, caímos na situação anterior de não sermos de confiança. Isto tanto é válido nas relações profissionais como nas pessoais, embora nas pessoais, com amigos e isso tenha de haver uma certa inocência que é aquela maneira de ser em que nos pomos vulneráveis diante dos outros. Ora só o fazemos se acreditamos que as pessoas são de confiança e nos querem bem.
3. Ser capaz de assumir culpa. Pedir desculpa quando se reconhece um mal feito. Também isto faz parte de ser de confiança. Se fazemos o mal e fingimos que não percebemos e vamos ter com as pessoas como se nada fosse, elas deixam de nos ter confiança e respeito.
4. Assumir, em geral, a regra kantiana que diz que devemos agir como se quiséssemos que a nossa máxima de acção se tornasse uma lei universal da natureza e se vemos claramente que sim, que o quereríamos então fazemos, caso contrário, não o podemos fazer, quer dizer, abrir uma excepção para nós.
5. Tentamos mudar-nos a nós próprios mais que mudar os outros. É na infância e na adolescência (e mesmo assim, na adolescência alguns já se cristalizaram) que se educam as pessoas porque a partir daí são raríssimas as pessoas que conseguem e isso não em que ver com inteligência mas com espírito no sentido filosófico. A maioria nem consegue ver a necessidade de mudar e acham que estão bem como são e até se orgulham e dizem, 'eu sou assim, é a minha maneira de ser', que é uma maneira de anunciarmos ao mundo a nossa impotência para evoluirmos e, portanto, em geral, o que fazem é vincar cada vez mais os 'defeitos'. Portanto, é preferível melhorarmos-nos a nós próprios que tentarmos mudar outros, a não ser em casos especiais.
6. Respeito. Tratar os outros como fins em si mesmos e não como meios para alcançarmos os nossos fins. Não ser egoísta, do género, vou tratar mal os outros ou usá-los porque isso me faz bem a mim.
7. Tentar ajudar onde podemos e não empecilhar.
8. Não ter medo de valorizar quem tem valor.
9. Ser frontal. Não dizer mal de ninguém pelas costas. Isso faz parte de ser de confiança.
10. Não odiar, nem ter rancor a ninguém. O ódio e o rancor são prisões.
11. Não aceitar a submissão, a humilhação, a degradação e a diminuição de liberdade.
12. Seguir as normas sociais mas nunca contra a nossa consciência do que é o bem e o justo.
Concordo com tudo mas o ponto 10...há coisas, situações e pessoas que odeio! E não consigo gostar, nem um bocadinho!
ReplyDeleteuma coisa é não gostar outra é odiar. não gostar é deferente: não gosto de choco mas não me incomoda a sua existência ou que outros gostem; não perco tempo com isso. mas quem odeia ou sente rancor passa muito tempo a alimentar sentimentos negativos acerca disso que odeia e isso é corrosivo.
ReplyDeleteNão, não alimento pensamentos corrosivos. Como dizes, e bem, tenho mais em que pensar! E quem merece o meu ódio não vai ocupar o meu pensamento. Mas eles estão lá!
ReplyDeletelol, se estão lá é porque os alimentas... eu não consigo odiar. rancor já tive mas tenho estratégias mentais para não sentir rancor porque é muito corrosivo.
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