November 25, 2020

Organização

 


1. A tranquilidade indiferente e ausência de angústia perante a morte como única possibilidade inexorável que acaba com todas as possibilidades revela um ser-aí (não gosto desta expressão...) preso numa vida inautêntica, constrangida pelo medo e in-consciência.

2. A consciência sentida como angústia, da morte, rompe a liberdade, enquanto verdade e a consequência é a busca das possibilidades de vida autêntica.

3. Revisitamos o passado, pois ignorá-lo é não conseguir libertar-se dele, ficar preso às suas não-possibilidades, quer dizer, às suas negatividades, sentidas e vividas como não-possibilidades. Ora, a vida autêntica é a realização das possibilidades, mesmo daquelas que se fundam nas negatividades enquanto negações de possibilidade. Toda a negação tem possibilidades. O futuro é o que se projecta enquanto possibilidades autênticas.

4. O tempo inautêntico é o da mundaneidade: a procura de sucesso, de êxito, etc. O tempo autêntico é o da liberdade enquanto verdade.

5. "Toda a possibilidade de sentido existe a partir de significados já pré-existentes no mundo, pois o homem é ser-no-mundo. " Quer dizer, quando chegamos ao mundo ele já está constituído com os seus significados que nos são transmitidos e com os quais iniciamos as nossas possibilidades no meio de um mundo com outros humanos, com outras possibilidades e significados.

6. A arte abre-nos possibilidades para além dos significados pré-existentes. É sublimadora. Nesse sentido faz parte da vida autêntica.


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