Embora se veja que há aqui nestas pinturas um grande talento e domínio técnico, como é que alguém consegue pintar um limão com alma é uma coisa que me ultrapassa. O que mais me fascina nesta pintura é olhar o olhar do pintor. Ele olhou para um limão e foi isto que viu: luz, textura, forma, contraste, organizados num todo antropomórfico. Pôs o limão num palco.
Aqui está um limão visto de duas perspectivas. Em ambas vemos um limão suculento e cheio de vida, rodeado de folhas prestes a morrer. Estão já com aquele aspecto que têm quando se quebram em mil pedaços crocantes. As folhas já tiveram o seu momento definidor do todo mas agora desaparecem para dar lugar ao fruto e é neste aspecto que o limão é hegeliano. Por um momento ainda vemos os momentos anterior do fruto, mas já a empalidecer. É claro que podemos ver esta pintura dum ponto de vista erótico como acontece muito com certas natureza mortas, como se lhes chama, mas isso é outra história.
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