Se eu percebesse alguma coisa de física, de química ou de óptica, de refracção, talvez pudesse ler esta fotografia do ponto de vista dessas ciências, mas como percebo muito pouco, infelizmente, leio do ponto de vista da poesia existencial. Pois que o avião somos nós que projectamos a grande massa sombria, essa identidade (se é que existe) difícil de apreender, fragmentada em mil pedaços pessoanos, uns próximos, reconhecíveis e outros afastados e já confusos -ou difusos-, mínusculas cópias imperfeitas, desgastadas, imprecisas, a diminuírem até à dispersão total.
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