Bem, quando voltou de Itália, onde esteve estacionado durante a guerra, resolveu abandonar tudo e ir para uma aldeia, atrás do sol posto, dar aulas a crianças da escola primária. Porquê? Sei lá, ele era um indivíduo atormentado, com tendências suicidas (3 dos irmãos dele suicidaram-se) e uma tempestade a acontecer permanente na sua mente. Talvez tenha pensado que encontraria paz nas coisas inocentes e simples da vida. Sendo herdeiro de uma enorme fortuna -a família dele era o que hoje chamaríamos de bilionários- resolveu dá-la todinha aos irmãos antes de se enfiar lá na aldeia a viver com grandes dificuldades financeiras.
É claro que ao fim de pouco tempo estava lá a enlouquecer sem ninguém com quem falar - os do sítios consideravam-no um génio louco ou um idiota: quem é que dá a fortuna toda para ir fazer de pastor de crianças...?. Estava tão desesperado que convidou o tradutor inglês do Tratactus para ir lá passar um tempo com ele.
O editor dele, um linguista, escreveu um livro que pretendia esclarecer os insights do Tratacus, obra que Wittgenstein se queixava de ninguém perceber, a não ser o tradutor. Enviou-lhe o livro com um grande entusiasmo. A resposta dele foi esta:
Em termos profanos, o que ele diz é: epá, vou-te já dizer sem rodeios que nem sequer percebeste um corno do que estou a falar. 😁 Assim é difícil fazer amigos 😁
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