A diferença é que nós não dizemos palavrões aos miúdos, mas a atitude de certos alunos e pais é exactamente a desta mulher: ela não percebe nada de cozinhar e só faz asneiras, mas está convencida que é uma grande cozinheira e não aceita nenhuma crítica dele porque o acha arrogante, porque está habituada a que lhe digam que é óptima, não tem noção nenhuma da distância que os separa e não tem uma atitude de aprender, apesar de ter sido para isso que o chamou, pois o restaurante está a ir pelo ralo.
O que se passa com os alunos é que a sociedade, através da porcaria das novelas e nas pessoas dos ME e secretários de Estado glorificam os jovens como génios incompreendidos, dizem aos alunos e pais que eles é que sabem e que os professores não valem nada e só atrapalham e, ouvindo isso, muitos alunos vão para a escola pensando que as palermices que dizem são opiniões com valor e que as suas opiniões valem tanto como as dos especialistas. Os pais também. A bitola do ensino está tão baixa, tão baixa para que todos os alunos possam fazer a escolaridade obrigatória e ir para a faculdade, que que até alunos que não sabem, literalmente, ler e escrever, acham que as suas opiniões de quem nunca leu um livro na vida contam tanto como as dos professores. E contam... quem sabe se não acabam em ministros do trabalho...
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