June 04, 2020

Uma questão à AR: nós professores devemos aconselhar as raparigas e os rapazes a enveredarem pela carreira de prostitutas/os?



O que é que a AR anda a pensar fazer? Legalizar a violência contra mulheres (sobretudo, mas não só).
Hoje chamaram uma prostituta porque têm quatro mil assinaturas a pedir que a prostituição seja considerada um trabalho como outro qualquer. Todos sabemos que a prostituição é violência sobre mulheres (associada vem a pornografia que é uma imensa violência e degradação das mulheres), que onde ela existe, existe escravatura, drogas, armas e ligação à pedofilia, mas de vez em quando vem a conversa de legalizar a prostituição (a força de algum lobby de chulos, quem sabe com ligações importantes...) e considerá-la 'um trabalho como outro qualquer.' Quer isso dizer que passa a constar na lista das profissões e, por exemplo, nós professores devemos aconselhar as raparigas e os rapazes a enveredarem pela carreira de prostitutas/os ou trabalhos que lhes estão associados, como chulo, angariador de clientes para casas de prostituição, material humano para satisfação de clientes com necessidades especiais, etc.? É que, se é um trabalho recomendado pelos deputados da AR passa a ser respeitável e encarado como um projecto de vida. É por volta dos 16 anos ou até antes, que os miúdos começam a desenhar os seus projectos de vida profissional. E quando alguém for ao centro de emprego podem mandá-lo/a ir trabalhar como prostituta/o, sendo um trabalho como outro qualquer? E se não for perde o subsídio?
Temos um Parlamento cada vez mais inútil, dominado por lobbies e vergonhoso.

Legalização da prostituição discutida no Parlamento

Acompanhante de luxo [termo eufemistico para prostituta, mas mais cara, para gente endinheirada] vai ser ouvida hoje na Assembleia.
"Há mulheres cada mais jovens, a iniciarem-se na prostituição. Se for legalizada será regulamentada. Pretendo que esta atividade seja proibida a menores de 21 anos, a mulheres que estejam ilegais no País e a punição de clientes que procurem prostitutas abaixo dos 21 anos, bem como quem as acolha nas suas casas", diz Ana.


Esta argumento de, 'vamos legalizar isto porque muita gente quer', como se legalizássemos o roubo, por exemplo, por muitos quererem ser ladrões, faz lembrar o dos pedófilos quando defendem a legalização da pedofilia dizendo que há muitos miúdos a quererem e muitos são já prostitutos que procuram clientes. Há cada vez mais gente muito jovem a querer [degradar-se], diz a prostituta de luxo... logo, vamos prostitui-los.
A prostituição devia ter o mesmo tratamento que a droga: sendo ilegal, por não querermos tornar legal a violência contra as mulheres (como se já houvesse pouca), no entanto, não se criminalizam as prostitutas, porque muitas são empurradas desde miúdas por traficantes, bandidos, chulos  e os próprios pais para essa vida, mas criminaliza-se os chulos e os clientes. Porque o que queremos é um mundo onde as pessoas não se usem de outras como objectos para degradar com vista ao lucro e não um mundo onde tudo é consumível e se institucionaliza o vício.
Já agora se vê pais a abusarem das filhas para as iniciarem na prostituição, imagine-se se a tornam legal e os pais vêem nisso uma oportunidade de negócio fácil. Fazem-se campanhas contra a violência doméstica e depois pensa-se em legalizar a própria violência.

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