April 13, 2020

Experiências-limite



Se Boris Johnson não morreu deve-o, em grande parte, ao facto de ter tido dois enfermeiros em permanência, à sua cabeceira, a tratar de si, segundo a segundo, como ele disse. Ora, o que fica evidente é que esse foi um tratamento especial por ser o primeiro-ministro e serão muito poucas as pessoas que se podem dar ao luxo de ter dois enfermeiros retirados do serviço para cuidarem exclusivamente de si. Não há enfermeiros suficientes para isso e um enfermeiros tem de cuidar de uma data de gente ao mesmo tempo.
Portanto, muita gente há-de morrer, todos os dias, porque não há pessoal suficiente para que possam dedicar-se a cuidar deles em permanência, como é necessário em certas doenças, como esta.

Depois, a experiência de se ver tão perto da morte foi tão marcante que de repente o SNS já é o  beating heart da Inglaterra. Parece-me que a rainha não há-de ter gostado disto de ver a monarquia posta atrás do SNS. 
Foi preciso passar por esta experiência para perceber o valor do trabalho dos outros. E isso, que me parece ser comum entre os dirigentes, é triste e tem consequências diárias.


It is hard to find the words to express my debt to the NHS for saving my life.

Boris Johnson

They included two nurses who stood by his bedside for 48 hours – Jenny from Invercargill in New Zealand and Luis from Porto in Portugal.

He said: “For every second of the night they were watching and they were thinking and they were caring and making the interventions I needed.

He ended his message by saying: “We will win because our NHS is the beating heart of this country. It is the best of this country.

É preciso ver para além do que é dito. Assim como ontem ao ouvirmos Boris Johnson percebemos que se não fosse ter dois enfermeiros 24 horas por dia à sua cabeceira tinha morrido, que é o que acontece aos outros todos porque não há enfermeiros que cheguem para estes luxos

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