February 15, 2020

Ontem foi dia de me apaixonar 🙂



Ontem fui ouvir a Criação de Haydn. Nunca a tinha ouvido ao vivo e mesmo em disco só tinha ouvido excertos em antologias e colectâneas. Estava muito bem a ouvir a música e a reparar nos músicos e isso, quando de repente vem uma parte tão densa e profunda, primeiro, mas depois enorme e larga, uma coisa um bocadinho wagneriana, inesperada pelo tom da música até então. Até parei de respirar. Aquela experiência de sentir um baque de adrenalina no coração e uma impressão no estômago? Pois foi isso. Apaixonei-me ali pela peça. São cerca de dez minutos de música... bouleversante, é o termo que vem à cabeça para descrever essa sensação de ser abalada. Apreciei o resto da peça com outra disposição e concentração, a sentir todos os pormenores da música.
Aqueles dez minutos de música já não me sairam da cabeça. É claro que chegada a casa fui para o youtube à procura de uma versão da peça para ver se aquelas partes da música eram uma interpretação daquele maestro ou se eram mesmo para ser assim. Já ouvi 4 versões da Criação de Haydn desde que me levantei. Descobri esta que gostei (o barítono tem uma voz lindíssima, parece um palácio). Entretanto descobri uma outra na internet tocada pela orquestra de Berlim mas que não está no youtube. Já a mandei vir porque agora tenho que ouvi-la tocada por esses aí.
Isto lembra-me quando, há mais de 25 anos, ouvi um dia uma certa música do Händel e fiquei completamente... bouleversé... por ele. Fui comprar CDs para ouvi-lo. Apaixonei-me especialmente por um deles com umas músicas que ouvia sem me cansar. Quanto mais ouvia mais gostava. De cada vez que ouvia descobria um pormenor qualquer mais para gostar. Até hoje... tenho uma paixão por essas músicas de Händel que não abranda :) O meu filho gosta do Händel desde muito criança à conta de minha paixão por ele.
Só acho que o dueto entre o Adão e Eva, no fim, com aquelas parvoíces, é uma cena que se prolonga demasiado e estraga um bocadinho o final.


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