Fui dar com este artigo,Terrorismo ou talvez não, que discute as dificuldades de classificar a acção de Trump em mandar assassinar o general iraniano, nomeadamente, se é ou não terrorismo.
Terrorismo é um termo impreciso que abarca muitas nuances na sua definição - pode dirigir-se a pessoas ou grupos, ter motivação política ou religiosa, por exemplo; no entanto, o facto do termo ser impreciso e, por isso, difícil de delimitar com rigor, não obriga a relativizá-lo de qualquer maneira como se fosse uma massa informe.
Todo o terrorismo, como o nome indica, tem intenção de infundir um medo intenso para ganhar poder sobre uma pessoa, ou grupo. Como a intenção é infundir o medo intenso, o terrorismo recorre à violência, seja física (torturar, matar), seja psicológica, onde se visa a alteração de comportamentos no sentido da submissão do outro.
Portanto, o terrorismo tem estas características em comum: ganhar poder sobre outro, infundir medo intenso, conseguir a submissão, sempre pela força, física ou psicológica. Acresce que para o medo seja um terror, tem de haver uma grande desequilíbrio de forças. Uma das partes sente-se e, está, indefesa perante a outra. É por isso que numa guerra convencional, declarada, há medo de morrer ou passar fome ou isso mas não é um terror, porque os Estados em guerra organizam-se para se defenderem, existe algum controlo do inimigo.
É por isso que certas doenças, como o cancro ou a SIDA provocam terror em muitas pessoas e já deram origem a epidemias de medo: é porque há a noção de total indefesa contra um inimigo que não se consegue abater, controlar ou sequer detectar. É uma ameaça que está no corpo e a qualquer altura, inesperadamente, activa-se, avança e mata. Os filmes de terror jogam com essa sensação de impotência perante uma força inimiga que não se pode controlar.
Por conseguinte, ataques inesperados à bomba, assassinatos com drones ou snipers e outros actos semelhantes, quando não enquadrados numa guerra declarada, são terrorismo. A pessoa está muito bem na sua vida e não sabe quando e como vai ser atacada de modo que não tem maneira de se defender.
O assassinato do general iraniano foi um acto de terrorismo. Uma coisa é haver inimizade entre países e irem recorrendo a meios legais para ganharem vantagem sobre o inimigo, outra muito diferente é não haver guerra declarada e praticarem-se actos que são de guerra.
O discurso de Trump imediatamente a seguir, o mostra: gabou-se de ter o exército mais poderoso do mundo, de poder aniquilar o Irão quando quisesse, de ter gasto triliões em defesa (lá está), de ter fontes de energia próprias e de poder, em suma, aterrorizar quem quiser. E depois desta demonstração desproporcional de poder, disse que estava pronto a negociar os termos da sua vitória.
Portanto, a acção do governo de Trump visou provocar o medo, a desorientação, a exibição de poder e a submissão, pelo uso de violência não sancionada pela lei internacional. Quando uma pessoa diz, 'a lei sou eu porque eu tenho o poder de te matar quando quiser e estás indefeso perante mim', que é isso senão terrorismo: ganhar poder infundindo o medo para conseguir a submissão?
Finalmente, o terrorismo de um governante eleito democraticamente, na medida em que é executado em nome desse Estado, é muito mais grave que o terrorismo individual que só compromete a acção do indivíduo mas não da sociedade como um todo ou o terrorismo de uma ditadura que, por definição é exercida sem o consentimento livre dos cidadãos e portanto, só compromete os membros do governo ditador, mas não toda a sociedade.
Portanto, o terrorismo tem estas características em comum: ganhar poder sobre outro, infundir medo intenso, conseguir a submissão, sempre pela força, física ou psicológica. Acresce que para o medo seja um terror, tem de haver uma grande desequilíbrio de forças. Uma das partes sente-se e, está, indefesa perante a outra. É por isso que numa guerra convencional, declarada, há medo de morrer ou passar fome ou isso mas não é um terror, porque os Estados em guerra organizam-se para se defenderem, existe algum controlo do inimigo.
É por isso que certas doenças, como o cancro ou a SIDA provocam terror em muitas pessoas e já deram origem a epidemias de medo: é porque há a noção de total indefesa contra um inimigo que não se consegue abater, controlar ou sequer detectar. É uma ameaça que está no corpo e a qualquer altura, inesperadamente, activa-se, avança e mata. Os filmes de terror jogam com essa sensação de impotência perante uma força inimiga que não se pode controlar.
Por conseguinte, ataques inesperados à bomba, assassinatos com drones ou snipers e outros actos semelhantes, quando não enquadrados numa guerra declarada, são terrorismo. A pessoa está muito bem na sua vida e não sabe quando e como vai ser atacada de modo que não tem maneira de se defender.
O assassinato do general iraniano foi um acto de terrorismo. Uma coisa é haver inimizade entre países e irem recorrendo a meios legais para ganharem vantagem sobre o inimigo, outra muito diferente é não haver guerra declarada e praticarem-se actos que são de guerra.
O discurso de Trump imediatamente a seguir, o mostra: gabou-se de ter o exército mais poderoso do mundo, de poder aniquilar o Irão quando quisesse, de ter gasto triliões em defesa (lá está), de ter fontes de energia próprias e de poder, em suma, aterrorizar quem quiser. E depois desta demonstração desproporcional de poder, disse que estava pronto a negociar os termos da sua vitória.
Portanto, a acção do governo de Trump visou provocar o medo, a desorientação, a exibição de poder e a submissão, pelo uso de violência não sancionada pela lei internacional. Quando uma pessoa diz, 'a lei sou eu porque eu tenho o poder de te matar quando quiser e estás indefeso perante mim', que é isso senão terrorismo: ganhar poder infundindo o medo para conseguir a submissão?
Finalmente, o terrorismo de um governante eleito democraticamente, na medida em que é executado em nome desse Estado, é muito mais grave que o terrorismo individual que só compromete a acção do indivíduo mas não da sociedade como um todo ou o terrorismo de uma ditadura que, por definição é exercida sem o consentimento livre dos cidadãos e portanto, só compromete os membros do governo ditador, mas não toda a sociedade.
Mas a América sempre foi terrorista....desde a II Guerra....
ReplyDeleteIsso não tem de acordo.
ReplyDeleteE as guerras da Coreia e do Vietname? E as do Golfo?
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