Na natureza, a cor azul é rara, quando comparada com a ubiquidade do verde, do amarelo ou do laranja. Em geral, a cor azul encontra-se nas pétalas das flores e nos frutos, onde desempenha uma função ecológica para atrair animais polinizadores (flores) e dispersores de sementes (frutos). Nestas estruturas, as moléculas responsáveis pela cor azul são, em geral, antocianinas, compostos que têm crescente interesse na investigação alimentar e farmacêutica, devido à sua atividade antioxidante. ( revistajardins)
O azul foi produzido, primeiramente, pelos egípcios. Criaram este pigmento que usavam nas artes decorativas. A cor azul foi evoluindo ao longo dos 6000 mil anos seguintes, tendo o último tom de azul sido criado há bem pouco tempo (ver aqui).
Azul egípcio
Egyptian Juglet, ca. 1750–1640 B.C. (Photo: Met Museum, Rogers Fund and Edward S. Harkness Gift, 1922. (CC0 1.0))
Considerado o primeiro pigmento criado sinteticamente, o 'azul egípcio' (também conhecido como cuprorivaite) foi criado por volta de 2.200 AEC. Foi feito a partir de calcário misturado com areia e um mineral contendo cobre, como o azurite ou a malaquite, aquecidos entre os 800 e os 900 graus Celsius. O resultado era um vidro azul opaco que depois era esmagado e combinado com agentes espessantes, como a clara de ovo, para criar uma tinta ou um esmalte de longa duração.
Os egípcios apreciavam muito o azul e usavam-no para pintar cerâmicas, estátuas e até decorações de túmulos de faraós. A cor manteve-se popular durante o Império romano e foi usada até ao fim do período greco-romano (332 AEC-395 DEC), altura em que surgiram novos métodos de produção da cor.
Curiosidade: em 2006 cientistas descobriram que o Azul Egípcio brilhava sob luzes fluorescentes indicando que o pigmento emite radiação infra-vermelha. Esta descoberta facilitou a identificação da cor em artefactos antigos, mesmo quando não é visível a olho nu.
Ultramarino
A história do ultra-marino começou há 6000 mil anos quando a pedra semi-preciosa, lápis lázuli, começou a ser importada do Afeganistão pelos egípcios que, no entanto, não conseguiram transformá-la numa tinta e, em vez disso, usaram-na para fabricar jóias.
Foi renomeada de 'ultramarino' -em latim, ultramarinus, significando, para além do mar- quando foi trazida para a Europa pelos comerciantes italianos durante os séculos XIV e XV.
A sua qualidade de azul real profundo fá-la ser muito procurada entre os artistas medievais. No entanto, era preciso ser-se rico para usá-la pois era considerada tão preciosa como o ouro.
O azul ultramarino estava reservado para as comissões mais importantes.
Diz-se que Vemeer, que pintou a Rapariga com Brinco de Pérola, adorava tanto a cor que endividou toda a família por causa dela.
Só em 1862, quando um pimento sintético foi inventado por um químico francês (que o nomeou, 'ultramarino francês') o seu preço deixou de ser proibitivo.
Curiosidade: diz-que que Miguel Ângelo deixou a pintura, 'O Sepultamento', inacabada, por não ter dinheiro para comprar mais pigmento, azul ultramarino.
Azul cobalto
“The Skiff (La Yole)” by Pierre-Auguste Renoir, 1875. (Photo: Wikimedia Commons {{PD-US}})
O azul cobalto data dos séculos, VIII-IX e era usado para colorir cerâmicas e jóias. Especialmente na China, na porcelana azul e branca. Uma versão mais pura de base de alumina foi mais tarde descoberta pelo químico francês, Louis Jacques Thénard em 1802 e a sua produção comercial começou em França, em 1807.
Pintores como, Turner, Renoir e Van Gogh começaram a usá-lo em vez do muito caro, azul ultramarino. Às vezes é chamado, 'azul Parrish' por causa do pintor Maxfield Parrish o ter usado para pintar os céus das suas paisagens.
Azul-celeste (cerúleo)
Originalmente composto de cobalto magnésio estanato, o azul-celeste foi aperfeiçoado pelo alemão Andreas Höpfner, em 1805. No entanto, a cor só ficou disponível como pigmento artístico em 1860.
Curiosidade: em 1999, Pantone declarou o azul-celeste como a cor do Millenium e a tonalidade do futuro.
Azul Indigo
Embora o azul fosse caro para tintas de pinturas, era barato para tingir têxteis. Ao contrário do lápis lázuli que vinha de uma pedra semi-preciosa, o índigo vinha de uma planta vulgar, a Indigofera tinctoria. Tornou-se muito popular porque proporciona uma cor estável, que resiste à lavagem e à exposição solar, e produz uma variada gama de azuis.
O nome pastel deriva de uma etapa final do processamento das folhas, antes da secagem das mesmas, quando se manufaturam pequenas esferas pastosas. O pastel foi utilizado pelos pictos (latim picti = pintados), povo que habitou a região que hoje corresponde à Escócia e contra o qual os romanos construíram uma muralha defensiva (Muralha de Adriano), para pintarem o seus corpos, antes das batalhas, e, deste modo, causar maior pânico nos adversários – o pastel também tem propriedades anti-inflamatórias e hemostáticas que podem ter contribuído para justificar essa prática. Durante a Idade Média, o principal centro europeu de produção e comércio de pastel foi a cidade francesa de Toulouse, onde, ainda hoje, se encontram oficinas tradicionais que utilizam esta matéria-prima, assim como edifícios monumentais que testemunham o seu glorioso passado.
Em Portugal, foi no arquipélago dos Açores que o cultivo de pastel teve uma maior expressão económica (século XVI-XVII), sendo este período da história económica açoriana conhecido como Ciclo do Pastel. Este corante, juntamente com a urzela (líquen do qual se obtém um corante púrpura) eram as principais exportações do arquipélago.
O índigo (anil). Esta substância já era conhecida dos europeus, mas a sua produção e preço não lhes tinham permitido competir com o pastel. O índigo, que dispensa o uso de mordentes (substâncias que auxiliam a fixação permanente dos corantes às fibras), tornou-se muito popular porque proporciona uma cor estável, que resiste à lavagem e à exposição solar, e produz uma variada gama de azuis.
O azul índigo pode ser obtido a partir de plantas pertencentes a vários géneros, sendo o género Indigofera o mais importante; neste, a espécie Indigofera tinctoria L., nativa da Índia e Sudeste da Ásia, é que tem uso mais generalizado.
O nome do género foi escolhido por Carl Linnaeus (1707-1778), com base no grego indikón = azul-indiano (nome atribuído a um corante azul que provinha da Índia) e no sufixo latino -fera = que tem, que produz, ou seja, planta que produz azul-índigo.
A demanda europeia por índigo teve início no final do século XVIII e continuou durante todo o século XIX para responder às crescentes necessidades das indústrias de tecidos inglesa, europeia e norte-americana.
No Ocidente, o índigo é conhecido pela cor azul das calças de ganga (jeans), modelo 501, patenteadas, em 1873, por Levi Strauss (1829-1902) e que, a partir da última década do século XIX, começaram a ser tingidas de azul (atualmente, o azul das calças de ganga provém de anilinas). Nas décadas de 1960/1970, estas calças foram adotadas pelos jovens europeus e norte-americanos como um símbolo de rotura, um ícone de liberdade e emancipação ao qual o azul-índigo ficou associado. fonte:revistajardins]A demanda europeia por índigo teve início no final do século XVIII e continuou durante todo o século XIX para responder às crescentes necessidades das indústrias de tecidos inglesa, europeia e norte-americana.
Curiosidade: Newton, o inventor do 'espectro de cores', ao contrários dos seus contemporâneos que só 'viam' cinco cores no arco-íris acreditava que o arco-íris devia consistir de sete cores diferentes para coincidir com os sete dias da semana, os sete planetas conhecidos e as sete notas musicais. Defendeu que se acrescentasse o índigo, juntamente com o alanrajado, o que conseguiu.
Azul Marinho
Conhecido como, 'azul marinho', o tom mais escuro do azul foi adoptado como cor dos uniformes dos oficiais e marinheiros britânicos da Marinha Real a partir de 1748.
Hoje em dia esses uniformes são de um tom de azul quase preto para evitar a descoloração.
Azul Prussiano
Também conhecido como 'azul berlinense', o azul prussiano foi descoberto acidentalmente pelo tintureiro alemão Johann Diesbach que estava a criar um novo vermelho. Um dos seus materiais, a potassa, entrou em contacto com sangue animal e, em vez de fazer o pigmento mais vermelho, a reacção química produziu um azul vibrante.
Durante o seu, 'período azul', Picasso usou exclusivamente o azul prussiano. Também o japonês Hokusai o usou na icónica, A Grande Onda, bem como nas séries do Monte Fugi.
Em 1842 o astrónomo inglês, Sir John Herschel, descobriu que o azul prussiano tinha uma sensibilidade única à luz e era a tonalidade perfeita para criar cópias de desenhos. Esta descoberta foi valiosa para os arquitectos que criaram o que hoje conhecemos como, 'blueprints'.
IKB (international klein blue)
Este azul profundo tornou-se a sua assinatura e pintou mais de 200 telas e esculturas monocromáticas com este matiz de azul.
Dizia, " O azul não tem dimensões. Está para além de todas as dimensões".
fonte principal: my modern met
tradução minha