Tínhamos o país dividido em distritos, mais ou menos naturais, que eram em si regiões administrativas. Estavam bem definidas, estavam interiorizadas pela população, tinham um governador que as defendia, muito mais que os actuais deputados que não servem para nada, pois é igual a um deputado ser nomeado por Portimão ou Aveiro. É um mero processo burocrático para chegarem à AR e não representam minimamente as populações por onde foram eleitos, nem as defendem.
Quiseram, não ajustar ou melhorar os distritos, o que é normal, o país evoluiu (eu disse isto do país evoluir?? Enfim...), mas fazer uma grande regionalização. Mera propaganda, pois logo de seguida desataram a matar todos os serviços que mantinham vivas as comunidades do interior, com uma única excepção que foram os politécnicos e universidades interiores; mas como fecharam os serviços: hospitais, escolas, tribunais, centros de saúde, correios, bancos, etc., os politécnicos e universidades interiores servem para as pessoas fazerem lá os cursos e fugirem a correr para o litoral ou para o estrangeiro.
Agora temos zero: nem regionalização, nem distritos, nem representação, nem administração distrital, nem vida no interior. Só monoculturas em certas zonas. Se os espanhóis quiserem muito, ocupam as terras fronteiriças e fazem delas novas Olivenças. Enquanto isso, o litoral rebenta palas costuras e importamos o que era produzido no interior. Perde-se a cultura, o enraizamento da população, a riqueza da nossa identidade plural. Ganhos? Zero.