A grande diferença, hoje, faz-se pelos fundamentalismos. Os políticos e militantes distinguem-se entre radicais e moderados. E o radicalismo sente-se em extremos opostos do espectro político. Um moderado convive bem com a diferença de opiniões. (Inês Cardoso, Radicais Livres)
Não há fundamentalismo nenhum. Nenhum partido em Portugal é radical ou fundamentalista. O que há é uma estratégia do poder em etiquetar de extremista todos os que são oposição e só quem é muito cego não vê. Daí que se reclamem, todos os partidos, como sendo de centro. Se bem nos lembramos, o BE nas últimas eleições chegou a dizer que era social-democrata. Os que estão agora no poder, considerados, pela IC moderados, convivem muito mal com as diferença de opiniões e tentam controlá-las através do controlo dos meios de comunicação social.
Há em Portugal movimentos extremistas mas não são partidos políticos instituídos. São à margem. O Chega não é extremista, não defende o fim da democracia, um sistema de partido único, etc. O Chega defende grande parte daquilo que este governo e outros já fazem, na prática, embora anunciem o oposto: o fim dos serviços públicos, o controlo da economia por grupos de elite económica e financeira, a privatização dos serviços, etc. Isso não é ser extremista, é ter uma visão ultraliberal da sociedade. O facto de Ventura ser racista não faz dele um extremista político, assim como os exércitos de machistas empedernidos que ocupam os lugares do Estado não se tornam, por isso, extremistas, radicais políticos.