Estes números são uma brutalidade. Se estas pessoas adoecem e ficam impedidas de tratar dos outros, o que vai acontecer se houver uma recidiva?
Hoje, uma colega disse-me que teve que sair para ir à farmácia e que ficou chocada porque andava imensa gente na rua, quase ninguém com máscara e nenhum cuidado de distanciamento.
Batem palmas à segunda-feira e à terça escondem os números, falham em arranjar material de protecção e vão ao molho para manifestações sem distanciamento nenhum porque a liberdade deles de infectar os outros é maior que a dos profissionais de saúde se protegerem.
Estão infetados com o novo coronavírus "mais de 550 médicos, 800 enfermeiros e 1.200 assistentes operacionais".
"Mais de 550 médicos, mais de 800 enfermeiros e mais de 1.200 assistentes operacionais e trabalhadores da limpeza estão infetados", informou Roque da Cunha (Sindicato Independente dos Médicos (SIM) ), lamentando que o Ministério da Saúde tenha deixado de dar oficialmente esses dados.
Sobre a falta de informação oficial quanto ao número de trabalhadores infetados em hospitais e centros de saúde, o sindicato considerou que tal representa "insensibilidade perante os profissionais de saúde", acrescentando que, desde o início da pandemia, "a ministra da Saúde tem desvalorizado muito essa matéria".
Com o desconfinamento gradual e o aumento da circulação dos cidadãos, a situação preocupa o sindicado dos médicos, pois é necessário "cuidado extremo" no funcionamento dos equipamentos de saúde, nomeadamente o reforço da proteção individual dos profissionais, defendeu Roque da Cunha.
"Lembramos que são cerca de 30 mil pessoas que estão infetadas e que os materiais de proteção não estão a chegar ao ritmo que deveriam e os profissionais de saúde continuam a ser infetados", reforçou o secretário-geral do SIM, referindo que a situação pode ser "ainda pior" com o desconfinamento.