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August 16, 2023

Portugal por aí

 


A Janela do Capítulo do Convento de Cristo em Tomar de Diogo de Arruda (1510) reabriu e o resultado da restauração é este que se vê. Nós, cordas, raízes, algas, correntes, bóias e no cimo o brasão e cruz de Cristo, ladeados pelas esferas armilares, tudo limpo de líquens e musgos. No século XIX D. Fernando de Saxe-Coburgo e Gotha (o rei-artista), segundo marido da rainha D. Maria II, ficou tão impressionado com esta janela que mandou fazer uma cópia simplificada para o Palácio da Pena que mandou construir. Um magnífico trabalho de restauração a mostrar que não nos faltam as pessoas capazes, o que nos falta são governos capazes. O dinheiro da restauração veio da UE porque em Portugal a cultura, o património e a história são considerados fait-divers de segundo plano.

April 08, 2023

Brecha da Arrábida

 



Pia baptismal da Igreja do Convento de Jesus, Setúbal, feita de brecha. (wiki)

A Brecha da Arrábida ou Jaspe da Arrábida, como também lhe chamam, é uma rocha muito bonita, depois de polida. Foi este ano (2023) classificada como Pedra Património Mundial. A pedreira de onde era extraída, em pleno Parque Natural da Serra da Arrábida, encontra-se encerrada.

"O processo de classificação foi liderado pelo Professor José Carlos Kullberg, do Departamento de Ciências da Terra e investigador do GeoBioTec da FCT NOVA - Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, com sede no MONTE DE CAPARICA (ALMADA), integrando também esta equipa, o Prof. António Prego, atualmente professor do ensino secundário em Almada e Luís Lopes, Tiago Alves e Ruben Martins, da Universidade de Évora.

A Brecha ou Jaspe da Arrábida, cuja primeira referência bibliográfica, sem caráter científico, se atribui a Duarte Nunes Leão, em 1610, terá sido analisada cientificamente pela primeira vez pelo conhecido Barão de Eschwege (1831), que estudou a geologia da região de Setúbal, teve ao longo dos séculos diferentes nomes como jaspe (devido à sua cor avermelhada), vermelho Antigo, grés vermelho, etc..

Foi explorada como rocha estrutural desde a Época Romana até ao século XV, altura em que passou a ser utilizada como rocha ornamental, estando associada a monumentos e edifícios portugueses, em particular os do período manuelino, como o Convento de Jesus de Setúbal e a capela-mor da igreja de São Tiago de Almada, e a partir do século XVII, no Barroco, sobretudo em aplicações interiores.
Foi também objecto de encomendas fora de Portugal, distribuídas por seis países e três continentes: Áustria, França, Espanha e Reino Unido, Brasil e Moçambique.
(https://www.fct.unl.pt/.../brecha-da-arrabida...)

Uma dessas aplicações foi na Capela de N.ª Sr.ª do Pilar, na Catedral de Santiago de Compostela, obra ordenada pelo Arcebispo Monroy e conduzida pelo arquitecto Fernando de Casas Novoa entre em 1717 e 1720 (IGLESIAS, 1990: 135)."

  - texto do historiador almadense Rui Manuel Mesquita Mendes (via A Torre do Tombo e a história)
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Pormenores da Capela de N.ª Sr.ª do Pilar na Catedral de Santiago de Compostela construída com Brecha da Arrábida, que pode ser visitada, online, aqui neste link:





Um cinzeiro de pedra de Brecha, onde se vê melhor o aspecto da pedra, embora não a cor, que tem laivos de vermelho ocre e rosa aqui aparecem acastanhados.