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October 05, 2022

Cada vez mais insuporto o Outubro

 


Até há pouco tempo, Outubro era o segundo mês do ano que mais gostava. Gostava de tudo: o tempo ameno, as cores, os marmelos assados, as tartes de maçã raineta, as primeiras sopas de abóbora, o entardecer em tons de fogo, ter de pôr uma écharpe ou vestir um casaquinho nas saídas à noite. Pois, de há uns anos para cá insuporto o Outubro até à 5ª casa. Às seis ou sete da tarde ainda estão 30º, um calor peganhento que incomoda e cansa assim que se sai de casa, as paredes das casas estão quentes e não há meio de arrefecerem, não se pode sair à rua, à noite só se dorme com ventoinha ou AC, o sol está baixo e cega e nenhuma das comidas típicas da época de que tanto gosto apetece, porque são quentes e está um calor de Verão que é como aqueles convidados que tiveram piada mas agora nunca mais se vão embora.




October 01, 2020

Outubro





“Les très riches heures du duc de Berry“ (mois de octobre ) é uma das páginas de um manuscrito de orações, reflexões e meditações para laicos adaptados para diversos momentos do dia, semana, mês ou ano.

Outubro é o mês de sementeira dos grãos de inverno. Por detrás do campo, nesta margem esquerda do Sena, vê-se o Louvre Medieval do qual já só existe um resto de muralha.

Querendo reforçar a defesa da cidade de Paris para fazer dela o centro político e religioso do reino, Philippe Auguste envolveu a cidade numa grande muralha antes de partir para a 3ª Cruzada com Ricardo Coração de Leão. Estando o Louvre erigido na parte mais exposta de Paris (face virada para a Normandia) o rei manda construir-lhe uma torre de menagem com 32 metros de altura e 15 metros de diâmetro, chamada 'A Grande Torre', rodeada por um enorme fosso profundo. Está no centro de um recinto quase quadrado (la Cour Carré) com 78x72 metros reforçado com 10 torres de defessa e pontes levadiças. Fica acabada em 1202. 

A meio do séc. XIV, durante o reinado de Carlos V, irmão mais velho do Duque du Berry, torna-se a residência real e da corte e sofre grandes obras de melhoramento. É essa época que é captada nesta iluminura, a única representação que existe do Louvre como era na época medieval.

Em primeiro plano vê-se a sementeira, com os corvos que apanham os grãos do chão e um espantalho; em segundo plano pessoas que passeiam pelo cais perto da muralha e da entrada na fortaleza. 

O livro levou quase um século a ser feito. Foi pintado entre 1412 e 1416 pelos irmãos Limbourg que morreram de peste antes de o acabar. Também o Duque de Berry morreu em 1416. Mais tarde, o primo do duque, René d'Anjou pediu ao Mestre das Sombras para o acabar, em 1440. Não ficou acabado. Quem acaba as pinturas é Jean Colombe, entre 1485 e 1489, por encomenda de Carlos I, duque de Sabóia.