Ao longo dos últimos dias, são muitos os relatos de amputações e execuções sumárias de membros da sociedade, bem reveladoras da matriz conservadora e radical dos talibãs, considerados já pela Administração norte-americana como “abusos flagrantes” dos direitos humanos.
Na sequência da tomada do poder a 15 do passado mês de Agosto, foi anunciado pelos Talibãs, a 7 deste mês, o novo governo provisório do Afeganistão, inteiramente masculino, liderado por Mohammad Hasan Akhund. O novo gabinete integra figuras com passagem pelo elenco governativo do período de 1996 a 2001, durante o qual Akhund assumiu sucessivamente as funções de ministro das Relações Exteriores e as de vice-primeiro-ministro. O elenco inclui outro destacado elemento, Sirajuddin Haqqani, líder da Rede Haqqani, que ocupa a pasta do Interior. Haqqani está referenciado pelo FBI na lista dos Mais Procurados pela justiça norte-americana, devido ao seu envolvimento em diversas acções terroristas. A par dos Estados Unidos, as próprias Nações Unidas consideram a Rede Haqqani como uma das mais sinistras a actuar no sul da Ásia, constituindo-se como uma nova e séria ameaça terrorista global.
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Se os novos líderes afegãos quiserem obter o reconhecimento da Comunidade Internacional terão inequivocamente de fazer uso de um elevado sentido de persuasão, do qual tanto o investimento estrangeiro como a urgente ajuda humanitária dependerão.
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Se os novos líderes afegãos quiserem obter o reconhecimento da Comunidade Internacional terão inequivocamente de fazer uso de um elevado sentido de persuasão, do qual tanto o investimento estrangeiro como a urgente ajuda humanitária dependerão.
— João Henriques
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Desde quando é razoável esperar que terroristas, que assim que chegam ao poder começam a amputar, a executar pessoas, a proibir a alegria e a vida e a fazer ameaças a todos os países, sacrifiquem as suas práticas bárbaras por minudências como apoio financeiro? Sobretudo se têm países como a AS e outros idênticos dispostos a largar dinheiro para radicalismos?