De cada vez que um elemento da equipa da educação fala em ir mudar de paradigma até fico sem respirar porque nestes últimos 12 anos, desde a Rodrigues, as mudanças de paradigma têm sido um bulldozer que arrasa tudo à passagem.
A nova secretária de Estado da educação prossegue no caminho de sacudir a água do capote dos problemas financeiros da escola pública através da descentralização. Mas ao invés de mostrar os méritos da descentralização que defende e impõe, declara-os como axioma e diz logo que quem não estiver do lado dela é porque tem medo e resiste à mudança. Portanto, segundo o paradigma desta senhora, a crítica e a divergência de ideias são seres imaginários que uns usam por medo.
Ficamos esclarecidos com a maturidade democrática e o MO da SE. É mais do mesmo, como aliás se calculava, pois eles já são escolhidos pelo chefe para esvaziar a educação de qualquer política construtiva.
2020 será marcado por uma mudança de paradigma na Educação, com o centralismo nesta matéria a diminuir significativamente pelo avanço da reforma da descentralização.
Susana Amador
A mudança oferece sempre dúvidas, resistências e medos. É legítimo. Mas como afirma Mia Couto, "o medo é um rio que se atravessa molhado", por isso temos de fazer a travessia, porque ao fazermos esta reforma serão assegurados melhores níveis de resposta e de proximidade, um garante da igualdade de oportunidades, de justiça social e de solidariedade.
