Íamos a falar de filhos e dos desafios de os educar e de nunca termos batido nos filhos. Nunca pus um dedo em cima do meu filho para lhe bater. Nem o pai dele, aliás. Quando havia problemas, ou falava com ele ou dava-lhe um castigo adequado às circunstâncias. Para falar punha-me sempre ao nível dele mas falava-lhe sempre como se fala aos adultos, sem esquivar das questões. Como faço com os alunos: nas minhas aulas não há assuntos tabu porque tudo pode ser objecto do pensar e compreender, o que há é modos de falar das coisas, sempre com respeito e a tentar entendê-las com o pensamento
O meu filho passou a vida intra-uterina a ouvir-me falar de filosofia porque trabalhei quase até à véspera de o ter. Isso deve ter deixado marcas porque desde muito pequeno que tinha crises e dúvidas existenciais. Um dia, devia ter aí uns 4 anos, fui dar com ele deitado no chão do corredor. 'Que estás aí a fazer?' -Não respondia, com um ar muito sério. Bem, em vez de o levantar, deitei-me no chão ao lado dele e perguntei, 'o que se passa? Aconteceu alguma coisa na escola?' (estava na pré-primária) Diz-me ele: 'não sei se sou normal como os outros' . Então e porque não havias de ser? 'Não sei, diz ele. Nunca ninguém me disse. Se eu não existisse havia outro filho? Era igual, ser eu ou outro?' UAU! ok... na volta acabei por perceber que tinha estado a ouvir uma conversa das educadoras.
É verdade que na adolescência houve alturas em que me apeteceu pôr-lhe a mão em cima na sequência de certas respostas que me deu, mas nunca o fiz. Não se pode. Alivia-nos a nós, no momento, mas a eles não lhes muda o comportamento e só os torna agressivos. Agora, lembro-me de um castigo que durou um mês e envolveu não poder jogar jogos no PC e eu ir para a escola carregada com os cabos do computador, para ter a certeza que ele não o fazia na minha ausência e para ele perceber a seriedade que eu dava ao assunto.
If You Spank Your Kids They Will Grow Up To Have Issues As An Adult
Researchers from the University of Texas at Austin and the University of Michigan found that children who are spanked often are more likely to defy their parents and experience an increase in anti-social behavior.
These kids are also at a higher risk of developing mental health issues, aggression, and cognitive difficulties.