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June 28, 2024

O que é a boa vida para os antigos?

 


Segundo Sócrates, a vida não examinada não vale a pena ser vivida. Só quando nos esforçamos por nos conhecermos e compreendermos é que a nossa vida tem sentido e valor. A pessoa que pensa e reflecte em si e nas suas acções e dialoga com os outros na procura da verdade em cada assunto da polis torna a sua vida digna de ser vivida. A boa vida é uma vida ética.

Segundo Platão, a melhor vida é a de um filósofo que conseguiu o conhecimento do Bem,  - o Bem é o barómetro de todas as outras virtudes e atingi-lo é a forma mais elevada de conhecimento. Para o atingir tem de levar-se uma vida de emancipação das tentações do mundo sensível e alinhamento com a verdade ou realidade espiritual ou metafísica.

Segundo Aristóteles, a melhor vida é aquela que é vivida de acordo com a razão ou o intelecto de um modo equilibrado e temperado. Quando uma pessoa vive e toma decisões de acordo com a razão, exerce a virtude. Uma vida boa é uma vida de virtudes.

De acordo com os estóicos, a chave para uma boa vida não é a riqueza, a fama ou as circunstâncias externas, mas sim o cultivo de virtudes interiores como a sabedoria, a coragem e o auto-controlo e ser útil à sociedade. "O homem sábio é aquele que se basta a si próprio", diz Séneca. Não se fixar numa imagem de uma realidade desejada mas aceitar o que quer que aconteça e tirar o melhor partido da situação. Este é o caminho para a paz, a liberdade e a felicidade. 

Epicuro defendia que só devemos dar crédito à evidência empírica e à lógica - todos os factos no mundo macroscópico são causados pela configuração de átomos ou elementos indivisíveis no mundo microscópico. Somos nós e não os deuses quem desenha a nossa própria vida e o prazer (o evitamento da dor) é o único valor intrínseco da vida. Para Epicuro, a vida mais agradável e de prazer é aquela em que nos abstemos de desejos desnecessários e alcançamos uma tranquilidade interior (ataraxia), contentando-nos com coisas simples e escolhendo o prazer da conversa com as amizades íntimas, em vez de desempenhar um papel ativo na polis ou de procurar os prazeres físicos como a comida, a bebida e o sexo, actividades que levam  à intranquilidade e dor, física ou mental.