May 24, 2025

Se isto é verdade, ainda bem que PNS não chegou a PM

 


Não ouve ninguém, faz afirmações drásticas por impulso e depois põe o partido e o país em causa por orgulho pessoal.



Núcleo duro do PS queria viabilizar moção de confiança para evitar eleições



Alexandra Leitão e Delgado Alves tentaram convencer o líder, sem sucesso. Pedro Nuno assumiu que a decisão tinha que ser sua, era a sua palavra em jogo e não “cederia à chantagem de Montenegro”.

As eleições podiam não ter acontecido se Pedro Nuno Santos tivesse seguido os conselhos de pessoas do seu núcleo duro. Alguns dos mais altos dirigentes do PS achavam que as eleições deviam ser evitadas a todo o custo e que, para tal, o grupo parlamentar do PS dever-se-ia abster na moção de confiança do Governo, soube o PÚBLICO junto de vários envolvidos no processo.

Entre os opositores internos ao voto contra a moção de confiança ao Governo estava a líder parlamentar Alexandra Leitão, candidata à Câmara de Lisboa que, há pouco tempo, Pedro Nuno Santos considerou “a pessoa mais importante do PS” a seguir ao secretário-geral e ao presidente do partido.

O outro opositor ao voto contra que conduziria inevitavelmente a eleições foi Pedro Delgado Alves, um dos mais próximos de Pedro Nuno Santos, que foi cabeça-de-lista por Coimbra e era um possível sucessor de Alexandra Leitão na liderança do grupo parlamentar.

Numa sala na Assembleia da República, durante o processo que levou ao derrube do Governo, Pedro Nuno Santos, Alexandra Leitão e Pedro Delgado Alves tiveram uma discussão dura sobre o sentido do voto do PS, mas Pedro Nuno Santos não cedeu aos argumentos de dois dos dirigentes em que depositava maior confiança.

Alexandra Leitão e Pedro Delgado Alves não foram os únicos a oporem-se àquela que acabou por ser a decisão do partido e que conduziria à queda do Governo. Também Carlos César, o presidente do PS, advertiu Pedro Nuno Santos para os riscos de usar a “bomba atómica” do voto contra.

Mariana Vieira da Silva, membro da direcção de Pedro Nuno Santos (o “secretariado nacional”), e João Paulo Rebelo, vice-presidente do grupo parlamentar do PS, também se opuseram ao voto contra.

Pedro Delgado Alves argumentou junto do secretário-geral que uma ida para eleições iria prejudicar o PS e fazer aumentar a votação no Chega — no fundo, uma antevisão correcta do que, de facto, se veio a confirmar.

Mas Pedro Nuno Santos achou que era a sua palavra que estava em causa.

O secretário-geral achou que a decisão de derrubar o Governo — votar contra a moção de confiança — teria que ser uma decisão pessoal e essencialmente teria que ser ele a tomá-la. 

Tendo em conta as vezes que já tinha afirmado que não viabilizaria nenhuma moção de confiança do Governo, Pedro Nuno Santos considerou que "dar o dito por não dito" seria uma humilhação pessoal que o colocaria à mercê do Governo.

publico.pt/

No comments:

Post a Comment