(amanhã era o dia ideal para dar à Ucrânia os 300 biliões russos)
Pekka Kallioniemi
@P_Kallioniemi
A Europa está longe de estar unida, e não estou a falar apenas da Eslováquia e da Hungria. Alguns países estão a preparar-se seriamente para o pior, ao mesmo tempo que enviam montantes significativos de ajuda à Ucrânia. Não é de estranhar que estes países partilhem fronteiras com a Rússia e tenham sido invadidos por ela no passado.
As potências económicas (com excepção da Polónia) estão mais concentradas na retórica e nos grandes discursos do que em compromissos reais para garantir a paz na Europa. Se analisarmos a ajuda enviada à Ucrânia por país e a compararmos com o seu PIB, os principais dadores são os seguintes
1) Estónia (2,2%)
2) Dinamarca (2,17%)
3) Lituânia (1,8%)
4) Letónia (1,53%)
5) Finlândia (0,98%)
6) Suécia (0,92%)
7) Polónia (0,8%)
8) Países Baixos (0,78%)
9) Noruega (0,75%)
10) Eslováquia (0,65%)
No que se refere aos principais países europeus, estes números são muito mais baixos: o Reino Unido tem 0,51%, a Alemanha tem 0,44%, a França tem 0,18% e a Itália tem 0,12%.
Embora os ucranianos estejam, sem dúvida, gratos por toda a ajuda que receberam, estamos numa situação em que os maiores doadores (por percentagem do PIB) se mantêm em silêncio e enviam tudo o que podem, enquanto os maiores países da UE e o Reino Unido estão ansiosos por liderar uma coligação pró-Ucrânia, mas não estão dispostos a colocar muita pele no jogo.
Ao mesmo tempo, países como a França, a Bélgica e a Espanha estão a comprar grandes quantidades de GNL à Rússia, gastando com o gás russo montantes semelhantes aos que gastam com a ajuda militar à Ucrânia.
Entretanto, a maioria das empresas italianas continua a operar na Rússia, abastecendo Moscovo e São Petersburgo com produtos de luxo. Para além de tudo isto, o nosso sistema eleitoral está a ser fortemente influenciado por potências hostis - não só de Moscovo, mas também dos Estados Unidos.
Esta não é uma estratégia vencedora contra o Kremlin, e acabaremos por ser invadidos por ele se as coisas não mudarem.
Menos conversa, mais investimento na defesa europeia e apoio à Ucrânia
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