Morreu faz hoje 700 anos. Um rei empreendedor, como se diz hoje e também pacífico, letrado, reformador e visionário.
Não sei como é possível mas ainda me lembro do que estudei na escola primária sobre o Rei D. Dinis, a lei das Sesmarias, a fundação da primeira Universidade, a fixação das fronteiras do Reino que perduram até hoje, a instituição do português como língua oficial de Portugal, o conflito com o filho, a intervenção da Rainha.
Lembro-me de gostar de estudar as personagens da História do país e as questões políticas dos reinados: as alianças, quem estava feito com os espanhóis, as intrigas que levaram este a cair e o outro a conquistar, etc. A minha mãe era uma leitora voraz e em casa havia muito livros de História, um tema que ela gostava particularmente e biografias de políticos, outro tema que ela também gostava, de maneira que li muito sobre essa história.
Mais tarde, depois do 25 de Abril, o estudo dos reis e da política foi censurado, era considerado fascista estudar reis e personagens e passou a estudar-se a economia, a forças vivas da produção e "as forças colectivas". Detestei a História nessa altura, ter que decorar quantos alqueires de trigo se produziram no ano tal e outras questões que interessam a historiadores mas não a miúdos da escola. Era a História comunista, nada podia ser subjectivado, o indivíduo era nada e o que fazia a História era o colectivo. Enfim, passou-se do extremo da exaltação do indivíduo que se fazia na ditadura para o extremo da aniquilação do indivíduo do pós-25 de Abril comunista.
Agora podemos estudar as várias perspectivas e não estamos presos a ideologias de opressão.
Reconstituição facial do rei D. Dinis pela britânica Caroline Wilkinson, a partir dos dados arqueológicos, forenses e genéticos recolhidos e analisados pela equipa portuguesa Arlindo Homem/Património Cultural
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