Certos bairros considerados problemáticos têm grupos de delinquentes. São poucos, relativamente à maioria das pessoas que lá vivem, mas como sabemos, às vezes basta um ou dois para estragar a experiência de vida a todos - nas escolas sabemos disso: um único aluno delinquente, agressivo e sabotador estraga a aprendizagem e a experiência escolar a uma turma inteira.
Independentemente de poder ser correcto afirmar que o descuido que os governos e autarquias têm para com esses bairros e pessoas que neles vivem explicam parte do problema e apesar de também poder ser correcto afirmar que a polícia que vai a essas zonas tem de ser experiente, cautelosa e confiável, isso não invalida o facto destas pessoas que se organizam em grupos para estragar, atacar, ferir e até matar pessoas e em geral intimidar todos os que ali vivem ou passam, serem criminosas e terem que ser travadas, já.
É preciso ver que muitas pessoas que nunca tiveram grandes problemas de vida e tiveram muitas oportunidades, desperdiçaram tudo e dedicam-se ao crime, de maneira que dizer que é normal que estas pessoas sejam criminosas porque estão revoltadas contra as condições de vida, é uma visão simplista que não resolve o problema de não haver motoristas a querer passar ali, não resolve o problema das pessoas em geral terem medo de passar por esses bairros e de haver uma maioria que lá mora que sai prejudicada na sua vida por estes actos de vandalismo e delinquência de uns grupos.
É preciso tratar do problema imediato dos gangs e do problema mediato de intervir positivamente nesses bairros favorecendo uma vivência urbana positiva: um cabe às polícias e outro cabe às autarquias e instituições que agem no terreno - ambos dependem de políticas do governo.
Medo dos motoristas da Carris Metropolitana força a alterações nas linhas nocturnas
Condutores manifestam receio de passarem em algumas zonas durante a noite. Por isso, têm ocorrido desvios e supressões em algumas linhas. Alterações estão a prejudicar muitos habitantes dessas áreas.
Os incidentes dos últimos dias, em diversos bairros da Grande Lisboa, ocorridos na sequência da morte na Cova da Moura, em circunstâncias ainda por apurar, na sequência de disparos feitos pela polícia, de Odair Moniz, morador do Bairro do Zambujal, na Amadora, estão a provocar um clima de insegurança entre os motoristas de autocarros de transportes públicos. Um sentimento verificado com particular acuidade entre os profissionais que conduzem as linhas da Carris Metropolitana nos concelhos em redor da capital, levando a que algumas delas estejam a ser parcialmente suprimidas ou a conhecer desvios, em determinados percursos, sobretudo nos horários nocturnos.
Esse episódio suscitou uma grande apreensão entre o grupo de profissionais, cujo recrutamento costuma ser, em circunstâncias normais, muito difícil, pela escassez remuneratória num contexto de grande exigência. É que os actos de violência contra os motoristas já não eram novidade, em determinados bairros da zona metropolitana, referem pessoas conhecedoras do sector. E os episódios mais recentes vieram agudizar bastante tal percepção.
Um receio que, temem elementos do sector contactados pelo PÚBLICO, poderá levar algum tempo a ser debelado, prejudicando assim a mobilidade das largas dezenas de milhares de trabalhadores dos serviços essenciais e estudantes que fazem esses percursos nocturnos, dependendo em absoluto dos mesmos nas suas deslocações quotidianas. Até porque, apesar de o número de actos de vandalismo se ter reduzido de forma substancial nos últimos dias, se continuam a verificar incidentes como o ocorrido na segunda-feira à noite, quando um autocarro da Carris Metropolitana foi apedrejado por um grupo de indivíduos encapuzados na Arrentela, Seixal.
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