July 14, 2024

Filmes - Horizon: An American Saga - uma boa ideia mal concretizada

 


A ideia do filme é boa: pintar uma paisagem da conquista do Oeste americano. Várias histórias diferentes a cruzarem-se no filme, cada uma a mostrar as várias motivações que levaram diferentes grupos ao Oeste -terras, glória, aventura, vingança, oportunismo, recomeço de vida, liberdade-, todos eles unidos num único  Horizonte, o do sonho americano. Excelente ideia para um épico. Porém, ficou muito aquém da expectativa.

A maioria das personagens não tem nenhuma densidade; a maioria dos diálogos são muito fracos - os diálogos de Kevin Costner com uma rapariga que protege (não interessa agora porquê) são longos, superficiais e desinteressantes. Não acrescentam nada ao filme. Excepção para os diálogos e personagens do exército, cujos actores trazem presença forte e significado ao filme. Quem também tem uma presença forte que acrescenta dimensão à personagem é o actor que faz de Apache e que anda com um pequeno grupo a tentar travar pela força os invasores.

Parte da acção do filme passa-se fora das cenas, quer dizer, numa cena duas pessoas acabam de conhecer-se e na seguinte em que aparecem, uma delas está a trair a outra e a fugir com alguém, sendo que percebemos ter havido, no entretanto, uma vida em comum entre eles. Noutra cena, alguém tenta matar o amante e foge com o filho e ambas as personagens continuam no filme sem que saibamos o que foi aquilo.

Cenas que percebemos que seriam de suspense, não têm suspense nem perigo nenhum porque são clichês que já vimos dúzias de vezes e antecipamos logo.

A música do filme, tirando a das cenas de confronto de armas com os Apaches, é sentimentalona, ao modo de filmes de perlipimpim dos anos 50 do século passado.

O filme tem cenas muito boas como a do ataque dos Apaches a um pequeno povoado de primeiros colonos. Tem algumas imagens dos vastos espaços do Oeste americano, também muito boas, sobretudo porque, por elas, se percebe muito bem o apelo do Horizonte americano. Porém, tem cenas ridículas onde alguém enfia duas balas no coração de outro e esse outro arrasta-se para ir buscar uma pistola e disparar e sobrevive, tendo ficado sozinho até ser ajudado.

Não sei... ia com expectativas positivas, sobretudo porque Kevin Costner já fez um filme sobre a fronteira do Oeste que gostei muito, mas foi decepcionante. Três horas a ver um filme e a perceber o que era para ser e a distância a que ficou. Se fosse uma mini-serie para a TV seria melhor.


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