June 20, 2024

Como se fazem estatísticas de sucesso do ensino português?

 


Ontem uma colega que está a corrigir Provas de Aferição de Português do 8º ano, contou-me o que se passa com os exames digitais e os critérios de correção. Os alunos não sabem escrever num teclado de computador. É algo que não fazem. Estão habituados a escrever nos telemóveis pequenas frases com abreviaturas e emojis, a editar vídeos, a fazer trabalhos no Prezi, fazer Memes, mas não a escrever textos num teclado de computador ou sequer a usar o Word. Não sabem mudar de linha, fazer um parágrafo, pôr acentos, fazer maiúsculas, usar as teclas de 'fn', etc. Resultado: escrevem textos a eito, sem pontuação, tudo em minúsculas, sem parágrafos, pontos finais, etc. e produzem textos ininteligíveis. O que dizem os critério de correção? Os professores têm de aceitar essas respostas como válidas.

Para não se dizer que a obrigação dos exames digitais foi uma péssima decisão, pintam-se os resultados com tinta opaca.

Uma questão pedia para relacionar uma pintura marítima de Van Gogh com dois poemas sobre o mar. Se um aluno responde que gosta muito do mar e de ir à praia e que vai todos os Verões e a mãe leva croquetes para todos, essa resposta desadequada e própria de um aluno com 8 anos da 2ª classe e não com 13 anos do 8º ano, tem de ser aceite como válida, segundo os critérios de correção. 

Não há absurdo algum que não tenha que ser aceite como válido, segundo os critérios de correção e os orientadores de correção. E é assim que se fazem estatísticas de sucesso do ensino português.

A ideia de este ministro ser diferente do anterior foi largamente exagerada.


2 comments:

  1. E as provas de nono? Em 21 perguntas, 17 são de escolha múltipla. No meio, dentre um leque selecionado, escolhem-se as duas melhores. É uma pouca vergonha o que se tem vindo a passar.

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    1. É o ensino para coitadinhos de Costa e agora de Alexandre.

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