November 05, 2022

Há autarcas que deviam impugnados por atentado ao bem público

 


O fim-de-semana passado estive lá em baixo perto de Tavira e fui duas vezes à cidade, a primeira quando cheguei e a segunda no dia de vir embora. Da primeira vez entrámos por uma ponte que vai dar a um parque de estacionamento do lado do rio contrário à câmara municipal. Saímos do carro e tirei umas fotografias aos telhados de quatro águas de Tavira (pus uma aqui no blog). Enquanto tirava as fotografias reparei, lá muito ao longe, num cubo negro que me fez lembrar o do Técnico. Pensei que fosse algum edifício tapado para obras. Não. No último dia em que fui à cidade e fui à praça do antigo cinema é que vi o que era. É isto:


Tavira é uma cidade muito branquinha com edifícios históricos muito bem preservados. É ainda uma cidade algarvia. O Macário Correia, que foi presidente da Câmara de Tavira, por quem não morro de amores, teve essa virtude de não deixar construir dentro de Tavira nada que fosse destruir a traça da cidade, com as suas casas caiadas de branco e os seus telhados típicos de quatro águas. Mesmo à volta da cidade não deixou que se construíssem edifícios com mais de três andares e sempre com uma arquitectura enquadrada na cidade. Uma Évora do Algarve, por assim dizer, como se pode ver no vídeo abaixo. Enfim, isso foi o passado que o presente foi entregue a gente doida...

Não sei quem deixou construir esta agressão alienígena mesmo no centro da cidade, numa praça cheia de edifícios típicos algarvios e também de Arte Nova, todos alinhadinhos. Onde está este objecto alienígena estava o antigo Cine-Teatro de Tavira que não era nada bonito, diga-se de passagem, mas tinha a vantagem de não ofender a cidade e a sua luz. Agora está este cubo negro, uma espécie de agressão alienígena que, ainda por cima, vai servir de precedente para descaracterizarem e estragarem a cidade.

Pessoalmente penso que o autarca que permitiu esta agressão devia ser impugnado por atentado ao bem público e proibido de alguma vez voltar a ocupar um cargo público. Quanto ao arquitecto ou lá o que foi que fez aquela cena, talvez merecesse ser pendurado no pelourinho da cidade um dia inteiro para que o povo o açoitasse.


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