"A comida é boa, mas a guerra na Ucrânia não é", lê-se numa recente revisão do Google Maps de um McDonald's num subúrbio do sudeste da capital russa, Moscovo.
Esta mensagem - e muitas outras como esta - faz parte de um movimento online que utiliza as crÃticas do Google como forma de divulgar informação sobre a guerra na Ucrânia dentro da Rússia, onde os meios de comunicação social relatam a invasão de forma controlada.
Na segunda-feira, uma conta no Twitter que alega pertencer ao grupo hacker Anonymous disse aos seus 7,6 milhões de seguidores: "Vá ao Google Maps. Vá para a Rússia. Encontre um restaurante ou negócio e escreva uma crÃtica. Quando escrever a resenha, explique o que está a acontecer na Ucrânia".
"Deixe resenhas de 5 estrelas (a menos que seja propriedade do Estado russo, aà deixe 1 estrela na classificação). O objectivo é levar a informação à população civil russa que está a ser enganada por Putin", diz o relato.
"Russos parem!, vocês estão a ser zombificados! Não precisamos [nós ucranianos] de ser libertados de ninguém!!!! Eu e a minha famÃlia estamos debaixo de fogo há 4 dias, estamos assustados", lê-se numa crÃtica de um restaurante de Moscovo.
"Caro povo da Rússia, estou a escrever esta mensagem porque duvidamos que conheçam a verdade sobre a situação actual na Rússia. A 24 de Fevereiro, Vladimir Putin lançou um ataque aos vossos irmãos e irmãs na Ucrânia", diz uma crÃtica de um café em Petrozavodsk.
Enquanto alguns são relativamente comedidos - uma crÃtica no Café Pushkin de Moscovo elogia o "belo café" antes de apelar aos russos para levarem a cabo uma "revolta" - outros apoiam-se em tácticas de choque num esforço para mostrar a realidade da guerra.
Durante as eleições parlamentares russas de 2021, o lÃder da oposição Alexei Navalny lançou um aplicativo contendo listas de candidatos que os eleitores deveriam escolher para destituir os legisladores do partido do governo aliado ao Presidente Putin.
"Assim que a divulgaram, o governo russo exerceu muita pressão sobre a Google e a Apple para a retirar da loja de aplicações", disse Michlin-Shapir. As empresas fizeram o que lhes foi dito. [vergonha]
"Por isso, começaram a publicar estas listas aleatoriamente online. Começaram a lê-las no YouTube, as pessoas começaram a publicá-las nos seus perfis nos meios de comunicação social. E depois houve uma propagação e proliferação de coisas não relacionadas. Lembro-me que houve um pouco de controvérsia porque havia alguns sites de entretenimento infantil com polÃtica, e assim por diante", disse ela.
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