January 21, 2022

Alunos infectados: escolas abertas, escolas fechadas

 


No final de 2020 e mesmo no ano passado fui de opinião que se fez bem em ter as escolas fechadas. Ninguém estava vacinado, a maioria dos professores está numa faixa etária propícia a ter problemas de saúde, em 2020 nem sequer havia máscaras ou desinfectante, era impossível não haver contágio dadas as condições da escola, tanto em número de alunos por turma como na impossibilidade de manter distância. Era um risco muito grande. 
Porém, agora já não estamos na mesma situação, a última variante parece menos grave, estamos todos vacinados e agora os alunos só ficam uma semana em isolamento. Apesar do número de alunos infectados e em isolamento ser grande, a maioria deles, acabam por perder apenas uma semana de aulas, o que não é dramático. Causa problemas aos professores, sim, no ensino e nas avaliações, porque é necessário compensar, na aprendizagem, os alunos que ficaram em isolamento - é um excesso e volume de trabalho a mais que complica, mas aos alunos, causa muito menos problemas do que estar fechados em casa a ter aulas à distância. 

A vida académica agora está mais normal dentro da anomalia: habituámo-nos a andar de máscara e a rotinas de desinfectar as mãos, a estar sempre com portas e janelas escancaradas. A máscara incomoda e causa prejuízo à comunicação porque a comunicação emocional é feita através da expressão facial, mas mesmo assim, é melhor que a desmaterialização das comunicações à distância.

Tentamos que as aulas e a vida na escola seja o mais normal possível. Nota-se a falta de certas actividades que eram frequentes na escola, mas nota-se que os alunos estão a ganhar de novo hábitos de convivência normais uns com os outros.

Por conseguinte, as vantagens de manter as escolas a funcionar são, para os alunos, maiores do que as desvantagens, desde que os pais cumpram as indicações da DGS, que nem sempre são claras, o que leva a que haja pais a aproveitarem-se dessa falta de clareza para tentar não cumprir as orientações e enviar os filhos para a escola com sintomas de Covid-19, porque não os querem em casa.

Para estes alunos que passaram o secundário em pandemia, privados daqueles rituais que marcam tão profundamente esses anos, será um bocadinho como passar por uma situação de pós-guerra, quando a vida tenta ter uma certa normalidade mas nada é propriamente normal. Calculo que muitos compensarão estes anos com excessos de exuberância, nomeadamente quando entrarem na faculdade, outros com excesso de inibição.


É preciso priorizar a escola

Até agora, tivemos um discurso muito concentrado na saúde. Precisamos muito de ouvir a comunidade escolar, sobretudo professores e alunos. Precisamos que eles nos expliquem melhor este pesado presente, para que o futuro não constitua uma (penalizadora) surpresa.


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