O optimismo é radical. É a escolha difícil, a escolha corajosa. E é, parece-me, mais necessário agora, face ao desespero - tal como um carro é mais útil quando se tem uma distância grande a percorrer. Caso contrário, é um objecto grande e inamovível estacionado na garagem.
Hoje em dia, a forma mais segura de alguém parecer inteligente é ser céptico por defeito. Parecemos sofisticados quando dizemos "não acreditamos" e ingénuos quando dizemos que "acreditamos".
Tanto a história como a fábula provaram que nada se perde completamente. David pode vencer Golias. Uma praia na Normandia pode virar a maré da guerra. A bravura pode derrubar os poderosos. Estes factos são muitas vezes vistos como excepcionais, mas não o são. Todos os dias, todos nós nos tornamos o equilíbrio das nossas escolhas - escolhas entre amor e medo, crença ou desespero. Nenhuma esperança é, nunca, demasiado pequena.
O optimismo é o nosso instinto de inalar enquanto estamos a sufocar. A nossa necessidade de declarar o que "precisa de ser" face ao que é. O optimismo não é uncool, é rebelde, é audacioso e é vital.
O escritor americano Theodore Sturgeon disse uma vez: "Noventa por cento de tudo é uma porcaria" e creio que ele tinha razão. Mas certamente que isso também significa que "Dez por cento de tudo vale muito a pena o maldito esforço".
E por isso vai-se sucedendo, escolha após escolha, que decidimos deixar para trás uma biografia ou um epitáfio. Olhe à sua volta agora e decida entre os dois.
Inspire ou morra.
Guillermo Del Toro
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