O fotógrafo posicionou-se de maneira a não apanhar o altar de frente como um voyeur que espreitando uma cena íntima sente pudor na sua revelação. Na fotografia os homens confundem-se com a pedra, em cores comuns da materialidade da terra - o único contraste estando nas suas formas redondas humanas postas lado a lado com as linhas direitas da estética gótica. A catedral está meio em ruínas e os homens ajoelham-se indiferentes ao pó de pedra [não somos pó e ao pó voltamos?] pois nada da matéria interessa ao universo religioso: o que está vivo é o espírito - no altar. O fotógrafo conseguiu apanhar uma atmosfera de concentração e intimidade. Um momento de recolhimento e paz no meio do caos da guerra. Vê-se a pequenez humana face à imponência da pedra, mas sente-se a grandeza humana na força da sua devoção.
História Oculta Photos
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