Há governos que põem em ordem a carga do país que são os assuntos públicos e há outros que a desarrumam: desarrumam as leis, desarrumam o trabalho nos vários sectores, desarrumam a justiça, a educação, a saúde, as boas contas públicas, a economia, enfim, os assuntos públicos que lhes cabe arrumar, como cargas num navio, para que estejam acessíveis, não se deteriorem e não se percam nas tempestades.
Arrumar está ligado a «acertar», formada por «a», prefixo que significa ausência, negação + certus, do latim, que significa, “seguro, fixo, determinado, garantido”, derivado de cernere, “distinguir, decidir”, originalmente “peneirar, separar”. A ideia é que, ao fazer um «acerto», o resultado seja garantido.
«Desacerto», portanto, tendo o «des-» que indica oposição, é o oposto de acerto, logo, uma incapacidade em distinguir, peneirar, separar.
Lemos hoje que quem sair de casa depois das 11 horas da noite se arrisca a ir preso - pode ser sancionado com prisão até um ano e quatro meses ou 160 dias de multa. Entretanto, o mesmo governo que ameaça prender não criminosos por saírem depois das 11 da noite, libertou mais de dois mil presos, esses sim, que cometeram crimes.
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