Durante muitos anos as pessoas no hemisfério norte não tinham ideia do que acontecia a todas as aves no Inverno que pura e simplesmente desapareciam.
Havia teorias, é claro. A maioria pensava que as aves hibernavam em sapais. Outros acreditavam que se transformavam em peixes. Em 1703, por exemplo, um professor de Harvard escreveu num panfleto que as aves migratórias voavam para a lua.A prova final só veio em 1822, quando uma cegonha branca (Ciconia Ciconia) foi encontrada fora da aldeia de Klütz, na costa báltica do que é hoje a Alemanha. Essa cegonha tinha uma lança de 30 polegadas a atravessar o seu corpo, entrando no lado esquerdo do corpo e saindo a meio do pescoço no lado direito, empalando-a de uma forma grotesca. No entanto, o animal estava surpreendentemente vivo.
Verificou-se que a lança era feita de madeira africana, levando à conclusão inevitável de que, não obstante as suas lesões, a cegonha tinha conseguido voar a cerca de 2.000 milhas da África Central, de onde tinha migrado. A ave foi morta, empalhada e montada. Desde então, tem estado em exposição, completa com a sua lança, na Colecção Zoológica da Universidade de Rostock.
Curiosamente, mais vinte e quatro destas aves foram encontradas ao longo do tempo, apresentando provas incontestáveis de que as aves migram longas distâncias em vez de hibernarem ou se transformarem noutra coisa.
Curiosamente, mais vinte e quatro destas aves foram encontradas ao longo do tempo, apresentando provas incontestáveis de que as aves migram longas distâncias em vez de hibernarem ou se transformarem noutra coisa.
Mas só em 1899 é que o mistério foi definitivamente resolvido. O professor holandês Hans Mortensen construiu caixas de nidificação com um mecanismo de fecho automático, e depois envolveu um anel de alumínio à volta da perna de cada ave capturada, inscrito com instruções para o contactar caso fosse encontrado. A prática espalhou-se, e em breve os padrões de migração foram muito melhor compreendidos.
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