February 05, 2021

Totally missing the point

 


Não foi por causa das medidas restritivas impostas pela pandemia que perdemos esse estatuto, pois muitos outros países impuseram as mesmas medidas ou até mais e não o perderam. Foi por causa, sobretudo, da redução dos debates parlamentares e da "falta de transparência no processo de nomeação do presidente do Tribunal de Contas". As medidas restritivas impostas por causa da pandemia têm que ser registadas como um facto, porque o são, quer dizer, restritivas, embora não por se duvidar do seu mérito no contexto actual, mas pelo risco da não-reversão após a pandemia, por parte de governos que tenham apetência pelo controlo não-democrático, de que são exemplo, a nomeação do presidente do Tribunal de Contas, do procurador Guerra, a falta de transparência no uso dos dinheiros públicos, as nomeações na Justiça, etc.


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 Segundo a revista "The Independent", Portugal já não é um país totalmente democrático, passando para a categoria de "democracia com falhas". Que isso aconteça muito à custa das medidas restritivas impostas pela pandemia, é servido como o pináculo da catedral para liberalistas que esconjuram confinamentos mas, inversamente, também como alimento fundamental para a saúde pública. O facto da esmagadora maioria dos cidadãos aceitarem prescindir, sem remoque, de parte fundamental dos seus direitos e liberdades em nome da saúde pública, confirma que a covid-19 é um agente agregador e que não está a matar a democracia. Decerto, um "must" para a liberdade que se exige. O grau de solidariedade colectiva não conta para os índices.


Miguel Guedes - os salteadores da vacina perdida

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