December 15, 2020
Covid-19 - Para os defensores do 'milagre' sueco...
... ponham os pés e a cabeça na Terra.
Profissionais de saúde demitem-se em massa e Suécia encara recorrer a ajuda dos países vizinhos
Situação é "extremamente grave", com 99% dos cuidados intensivos preenchidos em Estocolmo. Finlândia e Noruega recetivos a prestar assistência.
Enfermeiros em debandada
A região de Estocolmo advertiu na quarta-feira que 99% das camas de cuidados intensivos (UCI) estavam preenchidas, enquanto os sindicatos de saúde alertaram para o grande número de trabalhadores que abandonam os serviços à medida que infeções, hospitalizações e mortes continuam a aumentar.
Cerca de 3600 profissionais de saúde demitiram-se na região de Estocolmo desde o início da pandemia, de acordo com a emissora estatal SVT, cerca de 900 mais do que no mesmo período do ano passado.
Ao cansaço e ao risco de infeção, junta-se o principal problema dos enfermeiros,: os baixos salários, tendo em conta o nível salarial médio. Sara Nordin, ex-enfermeira de uma unidade de cuidados intensivos, disse à Bloomberg que se despediu em outubro porque não conseguia sustentar-se com o salário base de 27 700 euros que recebia por ano.
Também à Bloomberg, Sineva Ribeiro, presidente da Associação Sueca de Profissionais de Saúde, diz que já em maio os membros do seu sindicato alertaram para uma "situação insustentável", sendo que agora é "terrível" porque há menos pessoas qualificadas disponíveis agora do que havia na primavera, "o que torna mais difícil expandir a capacidade das UCI".
A Suécia duplicou o número de lugares de cuidados intensivos na primavera para 1100, pelo que a capacidade disponível nunca desceu abaixo dos 30%, mesmo quando as hospitalizações atingiram o pico em abril. Mas a capacidade extra foi reduzida durante o verão, quando o hospital de campanha no sul de Estocolmo, que não chegou a ser utilizado, foi desmontado.
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