April 22, 2020

Totally missing the point



Uma decisão medrosa e indesculpável
LUÍS AGUIAR-CONRARIA
A 30 de março, escrevi que este seria o grande teste à governação socialista. Para já, parece-me ser a primeira grande falha do Governo. É como se a principal preocupação fosse a de não chatear os professores. Percebo que é uma classe massacrada, envelhecida e que foi maltratada por toda a classe política e pela sociedade em geral. Mas também sei que são os professores quem mais se preocupa com os alunos desfavorecidos. Se lhes pedirem um esforço, eles responderão.

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'Se lhes pedirem um esforço'? Mas este indivíduo pensa que estamos em casa sem trabalhar a ver a Netflix?? Então mas agora os professores é que têm que resolver o problema de milhares de alunos não terem computador em casa? Não terem senão um telemóvel e muitas vezes com dados móveis muito limitados? Sim, há escolas onde todos os alunos têm um quarto para si, um computador e banda larga e as aulas podem ser síncronas por tele-conferências, mas há outras, e são a maioria, onde nenhuma dessas condições está garantida. O que quer ele que os professores façam para resolver isso? Que tipo de esforço resolve isso? Não percebo.

Ele diz no artigo que os alunos pobres, nas férias, sobretudo as de Verão, que são as mais longas, são prejudicados relativamente aos mais ricos porque estes viajam e têm actividades enriquecedoras e os outros não. Pois, será verdade, mas a solução é impedir quem tem mais possibilidades de ter férias? Proibir os professores de terem férias para irem durante o Verão dar aulas aos que menos têm, sendo esses proibidos de ter as férias dos outros? Mas este articulista não percebe que o problema não são as férias e que não é estragando as férias que ele se resolve? Que o problema são as desigualdades sociais gritantes e que é isso que tem que ser resolvido?

1 comment:

  1. Esse tipo é um idiota! Claro que as desigualdades sociais é que fazem a diferença. Enquanto uns vivem o confinamento numa casa enorme com piscina outros vivem numa assoalhada e upa, upa!

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