Ramalho Eanes apela aos mais velhos que cedam ventilador a quem tem "mulher e filhos"
Para já este título está errado porque ele disse claramente, para dar o ventilador a 'um homem que tenha mulher e filhos' e não, 'a quem', como refere o título.
Vejamos, lá por ele ser utilitarista, daí não se segue que o sejamos todos ou que isso seja um dever. Mas, seguindo a lógica do seu utilitarismo, isso quer dizer que, por exemplo, se tivéssemos o presidente da república, que é idoso, doente, ao lado de um jovem assassino com mulher e filhos, o presidente devia ceder o seu ventilador ao jovem? Nesse caso abria-se uma excepção por ele ser presidente e ter mais valor como tal? Não por ele ter mais valor como tal mas por o povo precisar de um presidente mais do que de um assassino? Abria-se uma excepção, não por ele ser presidente mas por o outro ser um assassino e não ter valor para a comunidade? A vida de um assassino vale menos? Ou deixava-se o presidente morrer para o assassino viver por ser um homem com filhos?
É bom de ver que posso pensar mil exemplos como este que mostram a falta de sensatez das palavras de Ramalho Eanes e, quem sabe, pôr pressão em cima de quem já está pressionado por ser velho. Lemos que em outros países, como Inglaterra, andam a perseguir, chamar nomes e até atirar pedras a pessoas velhas por acharem que esses é que andam infectados a tirar lugar aos outros nos hospitais.
Não sei, mas parece-me que figuras públicas de peso quando vão à TV nacional devem pensar um bocadinho antes de falar.
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